top of page
Buscar

O que vai e o que fica

  • Foto do escritor: rachelschwartzc
    rachelschwartzc
  • 28 de fev. de 2024
  • 2 min de leitura

Começar uma nova jornada seja no bairro ao lado ou num outro continente requer certa dose de coragem. O que motivou a mudança pode ter sido estudos, novo trabalho ou simplesmente porque achava que já era hora. 

Ir morar com amigos, com namorado ou até mesmo sozinho sugere que a dinâmica e o seu posicionamento subjetivo vão mudar. 


Estar em um ambiente diferente ao qual cresceu implica também em sair da posição de “filho”, é tornar-se mais ativo na tomada das decisões e isso gera uma mudança subjetiva, ou seja, na posição na qual a própria pessoa se encontra e se vê. 

Do outro lado do oceano ou no bairro vizinho, decidir como vão ser seus hábitos familiares, onde se sentará à mesa, como a louça será arrumada, como serão feitas as refeições… A lista é infindável. 


O que fica não necessariamente é o que permanece pra sempre, afinal, somos mutáveis e o resultado do conjunto de pessoas que passam nas nossas vidas. 

Tomar decisões com mais autonomia pode ser um gerador de alívio como de angústia, que sempre andam lado a lado. 


Não é possível se aventurar e ter somente o lado bom e positivo de tudo. Estar em situações inéditas pode nos levar a sentimentos também pouco explorados (ou não) de desamparo, desconforto e insegurança. Ou, talvez, uma alegria imensa de poder tomar um pouco as rédeas da própria existência e saber conduzir como lhe apetece. 


Estar em um lugar novo implica em se colocar de uma outra forma. Forma essa que, muitas vezes, pode ser desafiadora. Não significa que as mudanças chegam de forma solitária, afinal, por mais independente que você se torne, somos seres co-dependentes uns aos outros. Desde saber onde fica a padaria com os melhores doces, precisar de ajuda para montar um móvel a até precisar de um ombro para desabafar. Mudar-se não implica em ser sozinho. Pode sim ser árduo e trazer inúmeros desafios, mas também pode ser permeado com risada, amigos e leveza. 


A grande falácia do crescer é achar que ser adulto é não precisar de ninguém. Isolar-se é privar de se conhecer através do outro, é perder oportunidades de se descobrir e poder enxergar a vida por outras lentes. Crescer é também depender do outro, é buscar um ombro amigo, uma companhia para ver um filme, uma ajuda para instalar a TV. 

Embora a sociedade tente nos tornar (cada vez mais) individualistas, somos sociais e precisamos criar vínculos. Existe um mundo inteiro de pessoas que também buscam por laços e comunidade.


De qualquer forma, sair da casa onde cresceu e poder caminhar com os próprios pés gera mudanças, psíquicas, emocionais, físicas até. Mudanças essas que são acompanhadas de sentimentos ora conflituosos ora apaziguadores.

A grande virada de chave é saber que a mudança é um grande motor de descobertas, novidades e, com isso, novas versões de si mesmo.


ree

 
 
3 - verde clarinho_edited.jpg
bottom of page